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18.11.11

A CIDADE DO POETA, Paulo Veras


Era uma vez um poeta que construiu uma cidade toda de poemas. As ruas foram traçadas em versos livres. Eram largas e cheias de sombra. As casas foram feitas de sonetos, enfileiradas quatro a quatro, três a três. Todas muito bonitas. A igreja erguera-se numa longa ode. Os edifícios, ele os construiu com alexandrinos, majestosos, imponentes. Por fim, tomou um rondó e fez para si uma casinha muito acolhedora no alto do Parnaso.


Paulo Veras
em Poemágico, a nova alquimia
Teresina: Projeto Petrônio Portela, 1985

29.9.11

TERESINA, V. de Araújo


Teresina:
contornos sensuais, anatômicas formas;
árvores que balouçam, máquinas que trafegam;
firmamento verde, cáustica chapada;
teu anoitecer é como um tapete d'ouro,
linhas energéticas, relâmpago tece...
festival etéreo, canto de pardais.

Teresina:
posto avançado, indômita sentinela;
silo d'esperança, invencível guerreira;
artérias multicores, luminárias vivas;
teus edifícios erguidos, projetos ao vento,
são como velas, ao desafio do tempo,
de velozes jangadas... navegando céus.

Teresina:
(Metálica Ponte, Poti, Parnaíba...);
celeiro de bardos, sinfônica orquestra;
fagueiros meneios, viçosa menina;
teus olhos verdes, no irromper d'aurora,
são como casais que, unidos, oram...
sinos retumbantes, catedrais de fé.


V. de Araújo
Poemágico, a nova alquimia
Teresina: Projeto Petrônio Portela, 1985