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12.10.11

TERESINA, MEU AMOR, Zezé Fonteles


teresina evolui bailarina
de um modo que encanta e fascina
reverberando de luz e calor.
sua face de moça menina
desperta com a brisa matina
explode em ondas de luz multicolor.

baila, minha dançarina,
meneios e graça, dançar sempre foi
essa dança cabocla, brejeira,
de gente faceira, o bumba-meu-boi.

um sol de amarelo vigor,
dessas paragens dono e senhor,
faz morada nas tuas esquinas,
meninas traquinas, menina flor.
desabrocha verde que verde é tua sina.
assim és, teresina,
teresina, meu amor!


Zezé Fonteles
em Poesia teresinense hoje
Teresina: FCMC, 1988

11.10.11

TERESINA, Wilton Santos


Teresina é um país à margem do Rio Parnaíba
onde Alice, Paris?
maravilha o sonho de meus irmãos

Teresina: Teresa e usina

Índias virgens versejam terreiros
batucam
tambores
a fogo. Afago:
Teresa Cristina é aqui
aqui dentro uma chapada em coriscos.

Teresina acorda com pardais
de meia
em meia hora passa ônibus pra Timon
besta tu se não vai ver
mercado velho
besta tu se não beber caldo de cana
a cana caiana das flores de Cuba
besta tu se não comer seriguela, sapoti, frito de porco
besta tu se não prosar nos olhos verdes da cabocla!


Wilton Santos
Poesia teresinense hoje
Teresina: FCMC, 1988

10.10.11

ANGICO, Glória Sandes


Perto do rio Poty
há um pé de angico
        um pé de angico
        ai um pé de angico

Perto do rio Poty
havia um pé de angico
havia um pé de angico

Foi arrancado pela mania de modernização
ou foi por causa de alguns bêbados motorizados?

Em Teresina
a noite é companheira e cúmplice
de homens e tratores


Glória Sandes
em A poesia teresinense hoje
Teresina: FCMC, 1988

9.10.11

PONTE METÁLICA, Adrião Neto


Velha ponte metálica
que num fraternal abraço
une Piauí e Maranhão
o trem que te cruza
é mais um fator de integração
entre os dois Estados.
Monumento histórico e paisagístico
não és apenas um cartão postal
que irmana Teresina a Timon
e sim, uma testemunha ocular,
do abandono, do descaso e da agressão
que o Parnaíba vem sofrendo:
seu leito que outrora
fora caudaloso
hoje é apenas um fio de lágrima
da mãe Natureza
chorando sua própria desgraça.
Comovida, pedes socorro
mas ninguém te escuta
enquanto isso, o Velho Monge
no auge da sua caduquice
transforma suas águas em coroas.


Adrião Neto
em Poesia teresinense hoje 
Teresina: FCMC, 1988