5.8.15

Ex Memória | Therezina Sem Memória






O documentário é resultado do trabalho de conclusão de curso Técnico em Rádio e TV pela Escola Comradio do Brasil. “Ex-Memória – Therezina Sem Memória” relata em depoimentos de membros das instituições publicas (federal, estadual e municipal), arquitetos e moradores, as causas e consequências da descaracterização do centro histórico e arquitetônico de Teresina. O documentário foi concebido através dos livros “Documentação da Arquitetura 160 anos de Teresina” de Alcília Afonso (KAKI) e “Teresina em Aquarelas” de Alcília Afonso e Rômulo Marques . Tudo numa linguagem que prioriza um olhar diferenciado sobre a realidade do centro arquitetônico da cidade. 


Realização: Ipê Produções Audiovisual e Comradio do Brasil
Co-Produção: Mafuá Filmes
Roteiro, Produção e Direção: Leide Sousa.
Trilha Sonora: Josué Costa, José Rodrigues e Manuel Nunes, Júlio Medeiros, Roraima. Arte de Paulo Moura. Fotos: Paulo Tabatinga, Aureliano Muller e acervo da Fundação Monsenhor Chaves-FMC 
teresinasemmemoria.wordpress.com

1.8.15

SÉTIMA ARTE, UMA SEGUNDA INTENÇÃO SEGUNDO TANTOS TERCEIROS




Da P2, Cine Rex
visto bem explícito,
de pernas (abertíssimo
filme) em rolo: rolas
às mãos de qualiras,
sem que vissem a fita;
o bom é gozar o que vida

do sexo o inseguro: vício.



Luiz Filho de Oliveira
em Das Bocadas Infernéticas
WEB: 2014

POESIA MANIPULADA TERESINA, por Luiz Filho de Oliveira



No Porenquanto,
a Lua é um farol
de um avião doido
que vem contramão,
céu azul em nós velozes
a fim de aviar esta ação:
um poema em gotas
pra nos-remediar as vozes.



Luiz Filho de Oliveira
em Deleitura


VARIAÇÕES EM SOLO DUM RIO DESTA ALDEIA




I.


POTICAGANDO

Lixolatrina
aos olhos d’água:
esgoto caseiro de coliformes.

Eles estão cagando presse rio,
eles estão ali,
nem aí...



II.


OUTRO LEITO DE FOLHAS VERDES

Por que tardas por vir,
poder dos poderes públicos,
para assistir o doente Poti,
à mortalha de merda sufocando-se?



III.


DE CÚBITO DORSAL (ANTES DOCE!)

A espinha do rio que já foi meu – que não foi
dum Pessoa ou dom Francisco amarantino –,
cobreando (subterrâneo!) o seu rumo teresino,
reverbera uma verde mortalha ecotrágica.

IV.



POR QUE TARDAS, PODER, AO POTI?


À beira do rio, os edifícios
defecam a água e os resíduos
caseiros via pia ou latrinas e
tecem o manto de folhas verdes,
não romântico, classecotrágico,
a mortalhar a vida de evoluídos
seres da cidade no concretaço
das margens da sustentabilidade.

No caos da vida contemporânea,
cravam suas garras nas encostas
do rio quinda é dessaminha terra
e vergalham projetos contra o veio
d’água doce do solo de nossa taba.

Dejetos sem tratamento, um erro de projeto,
de lei, de responsabilidades de agentes, de quem,
publicamente, deságua suja e infozmente o consumo
à beira do rio coberto da vergonha verde de aguapés
punidores impolutos dos filhos do Poti, rio limpo,
rio brando e doce se desaguando um triste quando...



V.


POR QUE MANHANAS TARDAS EM NOITADAS POR VIR, SOCORRO?

Qual Jati, a ti, Poti,
pra te-salvar não quer vir
quem vê sem poder o público
compartilhar tua imagem
de aguapés sem esperança,
apenas verdes se vale
a pena ou este teclado
a poetarem o mesmo tema

a variações nestas cenas.



Luiz Filho de Oliveira
em Deleitura

H. DOBAL - UM HOMEM PARTICULAR






LAMENTAÇÃO DE PIETER VAN DER LEY
NO OUTEIRO DA CRUZ / H. Dobal


Eu, Pieter van der Ley,
soldado da Holanda,
trazido até aqui
na luta santa contra os papistas,
mas também movido
pelo sonho da aventura e da riqueza,
fui morto aqui numa emboscada
dos guerrilheiros do Brasil.
Fui morto aqui neste lugar
depois chamado Outeiro da Cruz
em memória desta emboscada.
E aqui me tenho para sempre.

Os meus derrotados camaradas regressaram.
Eu sou o filho pródigo que os pais nunca reviram.
A violência do sol, o peso das chuvas,
o tempo tropical não me desgasta.
Mas perdi para sempre o claro-escuro da Holanda,
os canais onde a água refletia as tabernas,
perdi as planícies onde o gado frísio
pastava na bruma,
onde o gado malhado
transformava em leite a pastagem gorda.
Aqui neste Outeiro da Cruz,
hoje envolvido,
hoje engolido pela cidade,
passam os que procuram o aeroporto e me deixam
as suas lições de bem partir, de mal partir.
Aqui por perto manobram os caminhões de refrigerantes.
Eu não parto. O meu refrigério é apenas
esta brisa triste trazendo os adeuses do mar.

Eu, outrora chamado Pieter van der Ley,
espírito preso neste Outeiro da Cruz,
cumpro uma pena interminável,
expio um pecado de que não me lembro.
O meu corpo de vinte anos,
depositado neste chão,
composição que se decompôs rapidamente,
o meu corpo me abandonou.
A minha pele clara, os meus olhos claros,
os meus músculos, os meus cabelos ruivos
me abandonaram.
E aqui me tenho: menos do que sombra.
Corpo etéreo, fantasma, alma penada,
que ninguém vê,
que ninguém ouve,
que ninguém conhece,
neste exílio post-mortem.



[...]



Gênero: Documentário
Direção: Douglas Machado
Elenco: H. Dobal, Alberto da Costa e Silva, Álvaro Pacheco, Cineas Santos, Olga Savary, Ivan Junqueira, Wilson Martins, João Cláudio Moreno

RIO ENCANTO, Abdenaldo Rodrigues


Entre o céu e a terra, o mistério: o rio que corre torto, carregando no lombo a sina. Na Chapada do Corisco, comentários não faltavam. A cabeça, grande e lodosa, emerge em noites de lua cheia nas águas barrentas do Parnaíba. 

Na beirada do rio, um pé-de-cujuba. Debaixo, a curiosidade remoendo.

Primeiras noites de fevereiro, caiu chuva de matar sapo afogado. O rio está cheio – geme no meio da madrugada. A cidade dorme sob a lua clara. Só não dorme a curiosidade.

Perto do rio, no casebre de palha, mora a madrinha. Preocupada, alertou:
- O rio tá gemendo, Da Paz. Vamos ter afogado por esses dias. Espere só e me conte.

Debaixo do cujubeiro desfolhado, a curiosidade não tem jeito, remói que queima.
- Tu acredita no Cabeça-de-Cuia, Genésio?
- Ora, deixe de bestice, Da Paz... Isso é conversa de gente tola.

Genésio também mora no casebre. É enteado da madrinha. Tem esquisitices: gosta de beber ovo na casca; quando fica nervoso, esfrega as costas das mãos nos lóbulos das orelhas. Não larga do pé de Da Paz.

Na tarde quente, o rio desce dolorido e feroz. A curiosidade entranhada aumentando, remoendo. Remói tanto, que não se dá conta da mão escorregadia de Genésio, apalpando as pernas roliças, o sexo latente. Mas Da Paz é arisca e pula lá!

- Pára, Genésio! Se não conto pra madrinha.
- Ora, deixe de bestice, sua tonta. Não vai me deixar no ora-e-veja, não!

Correu, correu, correu... Da Paz não é tonta, é arisca. Quieta, no refúgio do emaranhado de galhos finos e desfolhados, vidrava os olhos nas águas sedutoras.

No casebre, a madrinha no mesmo agouro: “Vai morrer gente, esperem só pra ver!”

No outro dia, à tardinha:
- Boca-de-forno!...
- Forno!...
- Se eu mandar!...
- Vá!
- Se não for?...
- Apanha!
- Remando, remando, remando... Quem tirar uma cujuba do cujubeiro da beirada do rio!

Correu, correu, correu... Da Paz é arisca.

O cujubeiro, árvore velha e torta, de poucas folhas e cujubas grandes, que mais pareciam a cabeça do Genésio. Lá, a curiosidade remoia que doía no juízo.

Genésio é calado. Não fala sobre o encanto. Foi encontrado detrás do galinheiro, bebendo ovo de pata. Da Paz não resistiu e perguntou:

- Quem plantou, Genésio, quem plantou o pé-de-cujuba na beirada do rio?

Esfregando as orelhas com força, Genésio fugiu da pergunta:
- Ora, deixe de bestice!

O Parnaíba – rio dos gemidos e dos segredos. Lá, o mistério. Êta lugar pra sumir Marias! Redemoinho que traga, mão que puxa... Tantas já se foram: Das Neves, Da Cruz, Do Amparo... Todas creditadas ao Cabeça-Encantada.

A madrinha sabia do perigo. Não descuidava:
- Não vá pra beirada do rio, Da Paz! Tá cheio e as barreiras tão frouxas.
- Tem nada não,madrinha, fico de longe!

Que nada, de longe não tem graça nenhuma. Precisava saber.

(Já se foram quantas?)

- E a Dos Santo, hein Genésio?
- Ora, aquela lá não sabia nadar, não!

Muito vivente tinha visto a cabeça grande e lodosa – em forma de cuia. Era o estranho morador do Parnaíba – guardião das águas e terror das Marias puras. O ingrato matou a mãe. A velha, na agonia da morte, ainda teve forças para jogar a praga certeira – a praga das sete Marias virgens.

(Amaldiçoado do filho que bate na mãe!)

- Já se foram quantas, Genésio?...

Na boca-de-noite, do dia seguinte:
- Um, dois, três... quatro, cinco, seis! Quem chegar ao pé-de-cujuba por último foi o Crispim quem fez!

Correu, correu, correu... Da Paz é arisca!

- Ora, deixe de bestice, Da Paz. Pro rio não vou, não.

A madrinha dorme. O rio geme – desce revolto na chapada. A lua alta e clara... Clara, que do cujubeiro a curiosidade vê o redemoinho se fazendo.

Na manhã do outro dia, a madrinha pressentiu:
- Cadê a Da Paz, Genésio?
- Ora!...


Abdenaldo Rodrigues
em Amálgama #3 (revista) 
Teresina, maio de 2002

REVOLUÇÃO DOS PIRULITOS (documentário)


















Na cidade um homem sonha com uma revolução sem sangue, sem armas de fogo.
 Um revolução organizada em ciranda, toda feita de tropas amada.
Carregadas à bala doce e muito suco de morango.

                                                                                 por Renata Flávia

(...)


Revolução dos Pirulitos é um vídeo que aborda um desejo incompleto, mas que busca entre singularidades e micro-revoluções seu impulso fundamental para existência do sonho interior. É registro de um homem que navega entre o real e o ficcional, que sente necessidade de expressar seus impulsos e respostas marcadas pelo amor e radicalismo, para fincar a bandeira colorida e enfraquecer nossas violências. Uma Revolução que não se completa, uma revolução que se completa, uma contradição fílmica que se revela enquanto convivência entre a precariedade do fazer e o desejo de provocar. Chiquinho Garra representa uma resposta clara aos nossos abandonos... as ações são feitas também para serem sonhadas. Um filme incompleto, um desejo de mudar, uma exposição poética de que a essência da transformação ainda não desapareceu, uma lacuna em cada coração. Um tom amargo provocado pela carência dos doces que deviam aparecer no cotidiano, não no happy-end “artificialesco” da montagem espetaculosa. = Aristides Oliveira.



Realização do Coletivo Diagonal
Direção: Aristides Torres
Argumento: Jimmy Charles
Direção de Arte: Meire Fernandes
Edição: Denes Filho
Animação: Denis Filho e Meire
Teresina, outubro de 2010



CAMINHO DE PERDIÇÃO (trechos)




Capítulo 7

Saímos, eu e o Borba. Sentamos num banco da praça Pedro II, os olhos espetados no voltear das môças. Borba falava:

- Todos nós já fomos vítimas, de certo modo, de uma decepção amorosa, uma certa frustração sentimental. Isso é comum, portanto. Aconteceu comigo e com você. Acontecerá com muitos outros também, porque os homens são os mesmos, onde quer que estejam.

(...)

Súbito, as moças começaram a retirar-se, em grupos. A praça foi ficando vazia. Eram vinte e uma horas, na certeza. Porque as moças costumavam sair da praça exatamente às nove da noite.

(...)

Irei ao cabaré.

Capítulo 31

Acabado o filme, procurei Sandra no tumulto da saída e os meus olhos a perseguiram, sôfregos, até que ela desapareceu, de todo.

Não retornei a casa. Sentei-me num dos bancos da praça Pedro II, a contemplar, distraído e triste, o movimento dos homens. E a cidade noturna foi ficando vazia. Vazia de homens e dos rumôres de gente. Como vazio estava eu de esperanças.

O outro cinema despejou na praça um borborinho de pessoas. Criou-se um lufa-lufa destrabalhado, logo dissolvido. Os homens recolheram-se, até que apenas uns vultos permaneceram no local.

Álvaro estava disposto a recolher-se tarde. Programamos descer ao cabaré e o fizemos. Era a busca do pecado. Ou antes, o desejo infrene de aliviar, entre gargalhadas de prostitutas e garrafas de cerveja, o pêso bruto da vida. Mas voltávamos sempre com um pêso mais pesado arqueando os nossos ombros, muito embora voltasse conosco uma ilusão de alívio, ao sabor de nossa inconsciência.

No cabaré pedimos cerveja. Ficamos logo rodeados de prostitutas.

(...)

Capítulo 40

Já estava saturado daquilo. Era preciso, porém, suportar aquêle voltear de mulheres, única coisa que a praça Pedro II ainda nos proporcionava, na sua monotonia noturna cansativa. Moças girando, incansáveis, ante o renque de rapazes. Habito antigo, aquêle. Quase tôdas as môças da sociedade iam rodar na praça, expondo aos rapazes sua mocidade em botão, ou um rosto amarfanhado, muito pintado, para encobrir o avanço da idade. Os rapazes ficavam de pés, em tôrno a analisar-lhe os modos. E as môças, infatigáveis, continuavam volteando, um sorriso no rosto, um apêlo no olhar, um gesto de espera. Nada mais idiota que aquilo. Ir para a praça servir ao banquete dos olhos maliciosos dos rapazes da cidade. Algumas levavam a vida esperando um homem que não chegava nunca...

Continuei a mirar, indiferente, o voltear das môças. Um vento gélido começou a soprar nas ruas e, no céu, as estrêlas foram-se apagando. Iniciou-se um cisquinho de chuva. O pessoal recolheu-se apressado. Saí andando em rumo de casa. E eis que reconheci, no caminho, um vulto abraçado com outro vulto. Parei, petrificado. Era Sandra.

Senti uma rajada de ciúme e de inveja vasculhar-me o peito. Tremeram-se minhas pernas. O ódio assomou-me ao coração.

A chuva caiu. Os dois vultos, unidinhos, procuraram abrigo. E recolheram-se ao vão de uma das portas laterais fechadas da igreja de São Benedito, enquanto noutra porta, sem que me vissem, me deixei ficar, cosido à parede, a contemplá-los com minha inveja rancorosa.

Capítulo 62

Ao retirar-me daquele quarto, não encontrei mais o Alceu. Rumei para a redação do jornal: Faltava-me escrever ainda o artigo de fundo e dois ou três tópicos, além de algumas notícias. Numa esquina de rua mal iluminada, deparei-me com casais, abraçadinhos, em troca de beijos. Levei as cenas para a redação e escrevi o editorial sôbre aquela falta de pudor e de vergonha, que o prefeito, com a ineficácia de sua administração, ajudava a proliferar, por aí, em virtude da lastimável ausência, na Capital, de iluminação pública. Escrevi alguns tópicos, comentando as aberrantes imoralidades do Govêrno e dei a notícia de que a praça Landri Sales se transformava, paulatinamente, num covil de prostitutas, em visível atentado à imoralidade de nossa gente. Afinal, queria fazer o meu jornalismo.

Capítulo 64

Sábado.
Convidei Tânia para uma tertúlia, à noite, no Clube dos Diários

(...)

Capítulo 65

A música era suave, o conjunto bom. O Clube dos Diários estava cheio. Uma luz muito embaciada colocava matizes no recinto. Os pares moviam-se, lentamente, na quadra de dança. Doce penumbra envolvia a sala.

(...)

Continuávamos dançando. Uma dança suava, excitante. Pouco a pouco, ia abraçando contra mim o meu par. Levemente. Calmamente. Como coisa natural.

Senti o membro do meu corpo enrijecido. Os seios dela roçavam-se em mim. Excitavam-me. Acariciavam-me. Armavam um exército de emoções nas fronteiras do meu eu.

Capítulo 66

Eram duas horas da madrugada, quando deixamos o Clube. Soprava um vento frio, que despertava mais ainda o desejo de mulher.

Capítulo 67

Dei uma volta pela cidade. Estava passando, num dos cinema, um filme impróprio, a quem um tumulto de gente procurava assistir. Resolvi entrar na fila também. O filme trazia encenações eróticas, que me despertaram a lascívia. Um fogo de desejos deitou suas chamas no meu palheiro interior. Senti-me excitado e o sexo dominou os meus sentidos.

Saí da sala de projeções com a cabeça cheia de desejos desgovernados. Encontrei-me com o Álvaro e, juntos, descemos ao meretrício. Ia ali diariamente, amiúde. Algumas mulheres já maltratadas e gastas, nos faziam festa, em gestos convidativos.

Fiquei mirando as prostitutas. Analisando-as. Três ou quatro desconhecidas. Escolhi uma delas. A mais simpática. A mais apresentada. De seios empinados e pernas grossas.


Castro Aguiar
em Caminho de Perdição
Edições Meridiano: Teresina/PI, 1965
Fotografia: crédito desconhecido, inserida pelo blogue

"É necessário abrir os olhos."




É necessário abrir os olhos. Andergraunde é isto aí, que você está pisando em cima. É preciso abrir o corpo. Principalmente a boca. Não pra falar. Mas pra comer e beber desta ceia que é talvez a última. Minha gente a coisa é fácil. Mais do que nunca os olhos vão ser úteis. Olhar o mar daqui [Teresina], o Parnaíba, lá pela cinco. Pensar besteiras maiores. E ver que a razão ficou atrás. Olhe! lá vai ela nos pneus que aquele meninos rodam pela rua.



Carlos Galvão
Jornal O Estado
Suplemento Dominical Estado Interessante, nº 1
Teresina 26 de Março de 1972