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26.11.11

NOSSO RIO, Hardi Filho


O rio corre calmo e permanece
em nós úmida música, lembrança.
O nosso rio ao sol, ao luar, parece,
às vezes, lerdo, à proporção que avança.

O lixo posto em suas margens desce,
escorre e em grande parte se remansa,
pára em bolsões de ciscos e apodrece
à vista da social intemperança.

Assoreado, o nosso rio empanca
aqui e ali, e quase andando, manca,
e raso e lento obriga-se a desvios.

Apesar disso os peixes, água arriba
e abaixo, abundam no meu Parnaíba,
que é o mais lindo e o melhor dos rios!


Hardi Filho
em Tempo Nuvem 
Teresina, 2004

30.10.11

TERESINA E EU, Hardi Filho


Teresina e meus passos de rapaz!
Continuados passos de quem veio
para ficar; para sentir no seio
a recompensa que o trabalho traz!

Teresina me sabe bem no meio
do mutirão das letras, nunca atrás;
sabe também como me satisfaz
essa luta diuturna, sem receio,

a favor desta terra hospitaleira.
Seu povo, desde a minha mocidade,
me viu assim, me vê dessa maneira.

Teresina de sol! de luz! de brilho!
Se considero minha esta cidade,
sou por ela tratado como filho!


em Tempo Nuvem 
Teresina, 2004

4.10.11

TERESINA, NOVEMBRO, Hardi Filho


A tarde quente escoa-se tranquila
na lentidão vazia dos minutos;
também vazia, ou quase, a casa estila
um vesperal torpor em seus redutos.

Na tarde morna a placidez desfila
o corpanzil isento de atributos;
em seus modestos vãos a casas asila
ares de afeto e salutares frutos,

cujos sinais estão por toda parte.
Aqui e ali encontra-se requinte
que denuncia amor, afeto e arte...

O momento é sensível. Na verdade,
velado de prazer, por conseguinte,
de simples glória e de feliz saudade!


Hardi Filho
em Tempo Nuvem 
Teresina, 2004