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4.4.20

Espécie de Amor, Gregório de Moraes


Quando eu encontro
por estes corredores do pensamento
os gritos da minha meninice
através das células da alma
chamando os colegas
gritando os colegas
caindo na água
do parnaíba;
pulando estas cercas de buriti
de um bucolismo subdesenvolvido
que fere as entranhas
e
gera saudades
..............................................................................

Quando tudo isto
de apagar mangas
e cajus
e
sentar no tamborete
de madeira
inclinado contra a parede,
surge assim
de mansinho
dentro de mim mesmo
eu me alargo em dores
e
morro de tristeza.


Gregório de Moraes
em Auroras Perdidas
Rio de Janeiro: 1970