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26.3.20

O Dirceu é um mundo, por Renée Moura


Pra vocês não acharem que só posto coisa ruim desta cidade esquecida pelas divindades ocidentais, vou falar sobre um aspecto bom daqui. Não é daqui exatamente, mas é de uma quase outra cidade que fica a sudeste daqui. Estou me referindo ao Grande Dirceu, que engloba todos aqueles bairros periféricos ali de perto.

Fui hoje ao Renascença II comer uma pizza numa tal Pizzaria do Jorge com a Iarazona e sua cambada - aniversário dela, da Iarazona, claro. O caminho de ida foi meio massante. Da UFPI para o Renascença, passei cerca de uma hora sacolejando dentro do famoso Rodoviária Circular I lotado - aquele típico de 18h.

Chegando no bairro, encontrei a Iarazona e fomos até a tal pizzaria. No caminho, paramos numa nova lojinha de metal, daquelas bem novinhas mesmo. E passava longe de ser tão poser quanto a MORAL. Tinha só umas camisas de bandas, alguns dvds de shows e alguns porns. Entrei lá meio sem botar fé - o dono tinha a maior cara de teresinense forrozeiro - mas depois vi que lá é bem legal.

O dono parece que foge à ignorância local, conhecendo algumas bandas do meio metal e, acreditem, conhecendo até o Wacken da Alemanha - não que ele já tenha ido lá... que eu saiba.

Lá eu encontrei um dvd do Enslaved, que por acaso estou assistindo neste exato momento. É um show na Polônia, o Live Retaliation. Nem preciso dizer o quão f...da é o tal show!!! E vou aparecer lá novamente pra comprar uns dvds do Dimmu Borgir e uns do Amon Amarth.

Comi meus dois pedaços de pizza e fui pra parada de ônibus às 20:45. Esperei pelo ônibus que chegou somente às 21:30 e desci em casa somente às 22:30 - ao menos fui sentada numa cadeira dessa vez. Os minutos de espera renderam muitas conversas revoltantes com algumas amigas que me acompanharam. Mas nada que deva ser dito assim tão abertamente - certas coisas é melhor manter pra si mesmo ou divulgar somente quando você tiver dinheiro pra sair da cadeia.

Sei que hoje voltei pra casa feliz e menos revoltada com este mundinho chamado Teresina, porque percebi que esse não é o único mundinho das adjacências. Talvez não seja nada tão estrondoso ter  uma loja de metal no seu bairro. Mas pra mim, que moro num pedaço de chão esquecido pela juventude e pela sensatez, uma loja de metal seria um oásis.

A única coisa que azedou minha volta foi o nojo que senti daquelas pessoas à porta do tal Liver Pub ali na tal avenida Dom Severino. Aquela gente muito "rica" que anda de carro bonito e cabelo espichado, mas que não tem nem um ovo frito pra comer em casa... Mas isso não vale o desprezo estampado em formas de palavras minhas.

Vou perguntar o telefone da tal lojinha e o nome também. Depois posto aqui.


Renée Moura
Via reneemoura.blogspot.com
Em 19 de março de 2010

18.3.20

Inauguração do Metrô de Teresina, Renée Moura


Hoje pela manhã fui à inauguração do Metrô de Teresina, na estação do Shopping da Cidade. Afinal, não é todo dia que se inaugura alguma coisa aqui, em especial algo que vá trazer algum benefício ao "povão". O metrô "novo" passou quando eu estava a caminho da estação, mais ou menos na altura da ponte Metálica. Lá na frente vinham os senhores imperadores de Teresina e do Piauí. Achei "zuada" do "novo" metrô bem menos incômoda.

Caminhei mais um pouquinho, até chegar à estação, sempre atenta ao olhar de curiosidade das pessoas. O comentário do dia era a inauguração. Cheguei na estação mais ou menos umas 9 e alguma coisa. Lotada. Tinha gente representante de todas as espécies que se imagina: políticos, trombadinhas, jornalistas, civis atacando de jornalistas, estrangeiros, o pessoal da época do Alberto Silva... Ah sim, o pessoal da época do Alberto Silva... Que bonitinhos! Estavam todos bem arrumadinhos, demasiadamente felizes por conta da ocasião. Até eu fiquei feliz em ver.

Tava rolando aquele besteirol de políticos e também uma homenagem ao idealizador da obra, o lendário Alberto Silva. Mas acho que faltou uma homenagem ao pessoal que trabalhou na obra durante esses sete anos, debaixo dessa lua maravilhosa que ilumina esse pedaço de chão chamado Teresina.

Enfim, fui lá dar uma sacada no meio de transporte. É um metrô recauchutado, com alguns detalhes feitos em péssima qualidade - como por exemplo o silicone do isolamento das janelas, que dizem ser blindadas. As portas já estavam quebradas porque sempre tem um pessoal que é naturalmente inquieto com o próprio benefício. Algumas das lâmpadas estavam sem o plástico de isolamento lateral, expondo alguns fios. Mas o "novo" metrô é infinitas vezes melhor que o rudimentar que rodava por esses tempos.

O pessoal todo já sentadinho nas cadeirinhas "novas", pintadinhas de azul (em especial o pessoal bonitinho o qual me referi anteriormente). Eu fiz o mesmo e descobri o porque: o ar-condicionado é ótimo! Essa etapa, ao menos, deu certo.

Um dos vagões centrais estava fechado, ainda estava em "reforma" (sem os acentos, lâmpadas, câmeras...nem o chão tinha sido limpo. Ah sim, câmeras de segurança vigiam cada vagão. Espero que sirva pra alguma coisa, porque as pessoas aqui tem essa mania de querer destruir as coisas - é um povo sem costume, como diz minha avó.

A estação em si tem uma boa estrutura. Escadas rolantes, muito espaço. Mas senti falta de informações e outras coisas úteis. Por exemplo, um lixeiro. Debaixo das toneladas de ferro da estação não havia um cestinho sequer. O metrô também não contava com nenhum tipo de orifício destinado aos despejos variados de seus passageiros.

Além disso, senti falta dos avisos de proibido fumar, dos sinais de reserva de acentos para idosos, gestantes, deficientes, ect. Não havia um mapa ou qualquer tipo de informação sobre o trajeto, os horários e os telefones para contato. E o mais importante: não haviam instrumentos que facilitassem a fuga em caso de acidente, não existiam extintores de incêndio, enfim, nenhum aspecto básico de segurança.

"Andei" no metrô novo até a estação Central, onde voltamos à realidade local: longas esperas e, claro, nenhuma informação.

Mas, esperamos agora que a inauguração traga alguma noção de cidadania pra´s pessoas. Vamos ver quanto tempo dura o não lançamento da primeira pedra!


Renée Moura
Via reneemoura.blogspot.com
Em 19 de março de 2010

17.3.20

Pérolas do finado Jornal do Piauí - Ovnis, por Renée Moura


Essa semana comecei uma pesquisa pro Pibic/UFPI no arquivo público de Teresina. A priori, devo analisar o antigo Jornal do Piauí, o finado JP, entre os anos de 1968 a 1972 e tentar detectar textos que tem algo a ver com a chegada da TV no Piauí. Mas não tem como passar batido por algumas coisas que aparecem por lá, desde os textos corriqueiros com um linguajar incrível dos nativos teresinenses da época ate matérias sensacionais, como a que vou transcrever a seguir.

Ainda não sei que fim teve o JP (quando achar algo a respeito, posto aqui), mas ele começa a circular por aqui em 30 de setembro de 1951 e era propriedade da empresa "Publicidade Teresinense Ltda". O diretor responsável era o jornalista José Vieira Chaves e na falta desse exercia a função Deoclécio Dantas, então diretor executivo do jornal. Em meados da passagem de 1968 pra 1969, Dantas já não aparece mais no expediente como diretor e passa a assinar somente algumas notas e uma coluna. Na época o JP custava NCR$ 0,20 no dia e NCR$ 0,25 quando era comprado com atraso. (eita... bons tempos!). As matérias nunca eram assinadas, como nos artigos e crônicas. Algumas vezes colocavam a fonte de onde retiraram a a matéria (como a que vem a seguir, que foi retirada do Jornal Estado de São Paulo). O detalhe é que naquela época não se preocupavam em fazer chamada de capa, só cortavam o texto ao meio e continuavam onde desse certo. Por isso demorei um pouco a entender a dinâmica do jornal (e começo a me incomodar profundamente lendo os jornais de hoje).

Bem, vou parar de enrolar e jogar a primeira pérola na escrita original. Não vou sacanear os escritos da galera, mas vou destacar em amarelo as partes mais "LOL" ou "WTF" e em vermelho as partes do tipo "saudade da aurora da minha infância". Vocês decidam o que dizer:

Jornal do Piauí - Teresina, 10 de dezembro de 1968

Discos Voadores Sob Debates
Manchete da capa 


A cada 2 horas, em algum lugar do mundo, é registrada a aparição de um disco voador. Isso não quer dizer que êles sejam inumeráveis, porque como voam muito depressa, vários registros podem referir ao mesmo disco. Entretanto, até agora já existem relatórios sôbre um milhão de aparições e só no Brasil, nesse ano, os discos surgiram 20 mil vêzes.

Quem afirma isso é o Instituto Brasileiro de Astronáutica e Ciências Espaciais e a Associação Brasileira de Estudo das Civilizações Extraterrestres, que estão realizando em São Paulo, no auditório das «Fôlhas», no 3° Colóquio Brasileiro sôbre os Objetos Aéreos não Identificados e o 1° Simpósio Nacional sôbre as Civilizações Extraterrestres

O presidente das duas sociedades, Flávio A. Pereira, fêz uma longa conferência explicando que os serviços secretos de todos os países, as  «CIAs», os «007» tentam há muito tempo desencorajar os cientistas que estudam as aparições de discos. O que sucede segundo os cientistas é, que os discos são capazes de bloquear grandes redes de energia elétrica, aparecem onde querem, mesmo sôbre bases secretas de lançamento de misseis e ninguém consegue nada contra êles. Seria por isso que quem descobrisse seu segredo poderia ter informações muito importantes e, assim, os governos das 2 maiores potências do mundo estudam os discos mas em segredo, tentando evitar que os cientistas e entidades civis tratem do assunto.

Um Disco Voador, a Cada 2 Minutos
Continua Quarta Página



Apesar dessas restrições, no Brasil estão sendo estudados, catalogados e identificados e os membros das 2 sociedades que tratam do assunto entendem que já sabem bastante sôbre os «objetos voadores não identificados.

As duas associações tratam do mesmo assunto, mas enquanto a Associação Brasileira do Estudo da Civilizações Extraterrestres é a entidade pública, que congrega todos os grupos estudiosos do País e divulga o que consegue saber, o Instituto Brasileiro de Astronáutica e Ciências Espaciais é uma entidade que quase não aparece, porque pertence a ela a «comissão confidencial». Essa comissão encarrega-se de levantar em sigilo os depoimentos sôbre aparições, guardando ainda o nome das testemunhas que, muitas vêzes, não querem que nada seja divulgado, porque podem passar por lunáticos.

No colóquio, estão representados todos os grupos que tratam do assunto havendo representantes de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Itajubá, Belo Horizonte, Guanabara, Manaus, Araçatuba e Botucatu, num total de 30 estudiosos.

Para a Associação faz muito tempo que os discos visitam a Terra; na Bíblia, Zacarias fala em um rolo voador e Ezequiel também teria visto essas naves. Os navegadores do fim do século XV também viram discos quando singravam os mares em caravelas, mas só há pouco tempo, com a melhoria dos sistemas de comunicações, é que puderam ser identificadas as grandes ondas de discos.

A primeira - são ainda os estudiosos da Associação que falam - teria surgido em 1897, mas a mais conhecida é a de agôsto de 1947, quando em poucos meses surgiram, só nos Estados Unidos, 2 mil discos. Muita gente acreditava que o aumento das aparições era cíclico de 20 meses, e com base nesses dados houve quem tentasse identificar a procedência, verificando de que astro deveriam vir, que estivesse a 26 meses de distância da Terra. Agora, entretanto, os discos não param mais de aparecer, e por isso a teoria caiu por terra, dizem.

Entretanto, desde as aparições de 1987 até hoje, os discos teriam mudado muito. Naquele tempo êles tinham rodinhas externas, houve alguns que se acidentaram, mas atualmente são homogêneos, quase todos iguais e muito mais evoluídos, a ponto de «acarretarem uma porção de rupturas com a física moderna». Assim, vão contra a lei da gravidade, a lei da inércia, contrariam a teoria do atrito com a atmosfera a grande velocidade, fazem manobras bruscas de mudança de rum que são consideradas impossíveis. E «desafiam a barreira energética atualmente conhecida, usando a energia fenomenológica, a energia radiante de que o espaço está repleto».

COMO SÃO OS TRIPULANTES?

Os estudiosos não concordam quando às intenções dos tripulantes dos discos; há quem ache que êles são hostis, já que houve casos de rapto e ataques, mas êstes casos são raros. A maioria concorda que as intenções são pacíficas, já que em caso de perigo os extraterrenos usam armas que paralisam mas não matamSe as intenções fôssem hostis, êles já teriam tomado a Terra, porque são capazes de apagar a luz de grandes áreas, de paralisar qualquer pessoa, de gerar campos de fôrça, e não se preocupam com nossas armas.

Depois de estudar milhares de relatórios e separar as «aparições verdadeiras dos depoimentos falsos», os estudiosos chegaram à conclusão de que os tripulantes são humanóides, que divergem entre si em estatura, côr, e também em comportamento. Entendem, entretanto, que as diferenças podem ser como as diferenças entre o branco, o negro ou o amarelo. Só na Suécia é que foram vistos monstrengos descendo dos discos. Isso foi em 1954Na França, ninguém sabe por que razão todo viajante interplanetário prefere descer de escafandro. Mas, no resto do mundo êles aparecem como são, isto é, verdes, brancos ou escuros. Têm desde 2 metros de altura até os mais baixinhos, de 1,40 metro. Na América do Sul, também por motivos desconhecidos, quem tem descido dos discos são tripulantes grandões, com 2 metros de altura.

Apesar de saber tudo isso, há ainda 3 perguntas não respondidas: de onde vieram, como vieram e o que querem.

Os membros da Associação entendem que ainda demora para se ter as respostas. Um dêles afirma que, quando o problema for resolvido, a ciência moderna pode ser destruida, porque "é uma ciência de efeitos e não causas e tudo o que se fêz até agora em astronáutica foi obra da tecnologia e não da ciência".

Somente na nossa galáxia, dizem os entendidos, existem 50 bilhões de estrelas - 8 por cento das quais têm um sistema planetário. Dêsses sistemas, pelo menos 3% têm condições para que neles haja vida. Por isso, afirmam, é muito pouco provável que o homem esteja sozinho no Universo e que seja a civilização a mais adiantada. Por tudo isso, os estudiosos reunidos no 3o Colóquio não têm dúvidas de que os discos existem, querem sòmente mais detalhes, mais estudos para saberem exatamente quem vem e o que querem. E enquanto os tripulantes dos discos não se dignam a explicar, êles continuam estudando. (do Jornal Estado de São Paulo)


Renée Moura

Via reneemoura.blogspot.com
Em 19 de março de 2010