II OS DIAS, por H. Dobal
Sobre as águas de um rio onde vareiros
silenciaram suas mágoas.
Sobre outro rio cantado
por lavadeiras,
e o riozinho proclamado
pelos buritizeiros,
sobre os brejos sem nome
onde os riachos começam,
sobre todas as águas
o espírito perene.
Sobre o espírito das águas
que memoraram os dias,
sobre um rio perdido onde os bichos do mato
beberam o fim da tarde,
sobre um vale pastoral onde os rios pensam
sobre a música de vida
dos rios reduzidos a um nome
PARNAÍBA
sobre os rios plenos,
os dias consumidos.
H. Dobal
em O DIA SEM PRESSÁGIOS
Rio de Janeiro: Editora Artenova Ltda. 1969