17.4.20

Libido, por Fernando Araújo



Meu libido
lambendo meu álibi
no extremo trêmulo da inquisição
do Paquistão em Nova Deli
em Nova Iorque
ou embaixo do lençol

e a tempestade
trovando, trovões vibrantes
avivando a sua textura
na fissura uma brancura
esquisita no corpo do sol

Não, não quero cartaz
mãos que acenam pra traz
esse teu choro
que me ganha entre as entranhas
e me arranha a imagem do rosto
eu não sou assim
mas por mim
ainda digo bem feito

e quero postes reluzentes
em sacolas de lustre
comentários eruditos
sobre a vida no bar
o teu perfume na sacada
esfaqueia meu posto
pra um esgoto de papel


Via blogue Fragmentos de Metrópole
Em 9 de janeiro de 2008