9.4.20
Chico Castro responde ao poema "Vermelha Vila Vagarosa", de Rodrigo M Leite
Em 27 de agosto de 2013, enviei por e-mail, ao poeta Chico Castro, o seguinte poema:
Vermelha Vila Vagarosa
entre cacarejos dos galos vizinhos
dança metálica das folhas secas no átrio
alto-falante a caminhonete anuncia
ESTREIA DO CAMPEONATO DE FUTEBOL MUNICIPAL
aderimos ao musgo
lesmas de uma antiga parede esverdeada que somos
quintal da casa empestada de netos
frutas airosas, inocentes desejos
tudo bem
um pouco mais de velocidade
meninos afoitos ao rio
redes com renda de crochê balouçando nos alpendres
movimentos despropositados da argila manhosa, dos aguapés chapados de erva:
num aluvião onírico
todos executamos ritmo das águas
A resposta do poeta, em verso:
muito bacana
a composição
linhas retas corações tortos
cidades cheias de corações mortos
a vermelha é foda
eu, nonato, mestre dim
a lua o sol a esquina
os anjos de mestre dezim
a luz do arrebol
a poesia é bobagem pura
coisa de malandro ocupado
não há remédio para a sinecura
ofício para quem vive desligado
e ponto final quando ainda não morreu a vírgula
uma exclamação que não interroga
um verbo que não vacila
uma reticência que não derroga
Chico Castro
Petrópolis, em 28 de Agosto de 2013
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Resposta em linha reta! Malandro de ofício não dá bobeira, nem diverge, onde há ponto ou vírgula.
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