"SOBRADÕES", por H. Dobal
O tempo antigo se destrói
nestes sobrados prostituídos.
Aqui outrora se falou de amor,
se fez amor nestas alcovas
onde hoje os carinhos se compram.
Aqui moravam barões e baronesas.
Os trabalhados balcões
Os trabalhados balcões
de ferro e de madeira.
A rótula discreta. As tábuas
largas longas do assoalho
onde os passos rangiam
e coração ressoava.
A íngreme escada onde o desejo
subia com os seus disfarces.
Hoje são sobradões deteriorados.
São bordéis. E aqui o amor se revoga,
o tempo antigo morre de novo.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar!