"olho mágico", por Renata Flávia




quando estou embriagada
eu vejo exatamente você
quando estou
quase sem estar
vejo exatamente
e todo sol é amarelo demais
e o ar frio na narina é fluido demais
você sacode a realidade reclamando da tv
sacode meus nervos no copo
que divido com você
quero meu próprio copo
nas você se dói
eu quero estremecer comigo mesma
mas você se dói
estou aqui, baby
estou aqui, não bastaria estar?
entrego então
os poemas, a causa
mas disfarço, baby
você nunca poderá ver
vejo tudo
quando estou embriagada



DESCALÇA NA GIG
Rio de Janeiro: Mórula, 2025


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