"PERECÍVEL", por Herculano Moraes


À cidade que adotei.


Perecível sou 
à tua distância.

Sabe, minha querida, 
a minha vida 
não tem razão 
em tua ausência. 

Procurei por todo o mundo 
a feira do troca-troca
os pombos roxos do parque,
o eterno silêncio do Zoo, 
as discussões perdidas da Pedois.

Sabe, 
procurei um rio, 
um riozinho só 
que tivesse a ternura do 
teu rio.

E em nenhum sol 
encontrei o mesmo calor.



Herculano Moraes
em SECA, ENCHENTE, SOLIDÃO
Editora EMMA: Porto Alegre, 1977

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