"INTROSPECÇÃO", por J. Ribamar Matos
Meu ser é um triste casarão sombrio
onde, da dor, coleia a vil serpente
e em cujo interior corre, gemente,
da mágoa sem remédio - grande rio...
Na sala escura um pássaro tremente
vive, agourento, em tenebroso pio,
e na varanda, trêmulo de frio,
o fantasma do sonho, decadente...
Tudo se tece de tristeza e dores
na solidão dessa morada escura!
E o fantasma do amor entre estertores,
sorvendo o fel da lúgubre amargura
em sinistra expressão de dissabores,
busca da morte a paz, na sepultura.
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