"RUA DESERTA", por J. Ribamar Matos
E como fico triste, se te vais!
Mas, se voltas, a rua então desperta
e me esqueço, afinal, dos próprios ais!
Esta rua, sem ti, fica coberta
Esta rua, sem ti, fica coberta
de luto e de tristeza perenais;
E mergulho na dor, cada vez mais,
quando a rua, sem ti, fica deserta!
Falta-lhe a graça, quando estás ausente!
Falta esse it que te faz querida
Falta-lhe a graça, quando estás ausente!
Falta esse it que te faz querida
e essa ternura que te faz mulher!
E a mim, me falta, desse olhar ardente,
E a mim, me falta, desse olhar ardente,
a luz que me desperta a alma sem vida
e que não sinto noutro olhar qualquer!
Teresina, 1966.
Teresina, 1966.
J. Ribamar Matos (1946-1974)
em POEIRA DE ESTRADA
Oeiras, Piauí: 1984
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