BALADA DO RIO PARNAÍBA, de Barros Pinho
não conhecia
o mar
o rio de minha
cidade era meu oceano
no cais
na rampa
laranjas
prostitutas
a granel
o vento
entra
pelas narinas
com peixe
creolina
e cashmere bouquet
lá em cima
a máquina
pilando arroz
a banca
de gelado
tábuas
de pirulito
em baixo
barcas
barcaças
navegando
lavadeiras
abertas
ao sol
lanchas
vapores
fumegando
fiscal
de renda
paletó
e gravata
cuidando
das coisas
do estado
canoas
canoeiros
só passando
noites
vivendo
de aventuras
suicídio
na senda
do ciúme
do outro lado
timon
antiga flores
águas
tranquilas
correm
sob a ponte
Barros Pinho
em Planisfério, 2ª edição
Teresina: Corisco, 2001
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar!