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8.4.20

A cidade, de Élio Ferreira




gente a formigar as calçadas
a cidade
             move o globo ocular
                    geografia terceiro mundo

             deus entrou numa nave
fez aceno arco-íris
pássaro metal decolou
cheque não tinha fundo
ai de mim
               não quebre o pé-de-alecrim
ai de nós
               quem ouve a nossa voz
- putas do Pau-não-cessa
lavando o pus gonorreias
                                    à beira-rio?

Maria Benedita ria
remo-
         via estrelas



Elio Ferreira
O Contra-Lei e Outros Poemas
Livro III - poemartelos (o ciclo-do-ferro)
2ª edição, revista e aumentada
Grafiset: Timon, Maranhão, 1997


11.12.15

"As árvores da Rua Álvaro Mendes"




As árvores da Rua Álvaro Mendes
                não existem para o aprendizado dos hábitos
Na calçada quebrada em que caminho
                seus troncos engrossam, alheios às pessoas
Há profundas rachaduras nas cascas dos caules
Olhando aqui, ou tocando nelas, é possível
                conhecer suas rugas – as ruas do tempo vivido
O sol não tem ouvidos para reclamações.
Essa parte da cidade de brasa e sombra
                melhora o pensamento em modificação:
                aquele encanto claro de palavra nova
                transmitindo mais surpresas que entendimentos
Passei a ter resistência aos poluentes urbanos
e o impulso extremo de absorver tudo



Thiago E
poema enviado pelo autor

11.11.13

TER EX INA




Centro da cidade:
movimento nas calçadas
sem camelôs.

Caldo de cana com pastel de carne
do Frigotil na lanchonete
do chinês.

Teresina não tem
onde cair 
viva. 



Nathan Sousa
enviado pelo autor