"BLUES DA MADRUGADA", por Durvalino Couto Filho




o manto da noite te descobre
um naco de sonho me arrebata
um som de suspiro te adormece
cabelos revoltos me afagam
pedaço de coxa azul e branca
vã lingerie mais que revela
neon que alumia a luz lá fora

toda dormindo és tão bela
eu penso em nunca ir embora

tudo que a má madruga aluga
com meu cuidado descuidado
resvala na tua nunca posse
e só assim meu sou fenece
e só assim o amor vigora
e só assim meu sou já era
porque tu és minha senhora

toda dormindo és a mais bela
eu penso em nunca ir embora

má madrugada som sonhado
nesga que anuncia a aurora
fecho esse bar pedes um fado
partes com a luz que está lá fora

toda dormindo és mulher bela
eu penso em nunca ir embora



BIG SENTIDO - POESIAS REUNIDAS
Teresina-PI: Gráfica do Povo, 2022


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