"A CATÁSTROFE", por H. Dobal




Uma catástrofe cautelosa
vigia as ruas, as casas, 
os cegos habitantes 
desta cidade condenada.

Nada. Eco, miragem, 
imagem que falasse 
do seu destino desviado. 
Nada. Nada vai ficar.

Uma catástrofe sem presságios, 
sem um sinal que lhe diga o perigo. 
Só a lenta implosão das semanas 
neste espaço que outra rotina, 
que outra cidade ocupará. 
E depois noutros domingos 
a paixão do mar nas praias poluídas.



A Cidade Substituída
Teresina, Oficina da Palavra: 2007


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