"BAR TORQUATO NETO", por Rodrigo Lobo Damasceno
para Gustavo
à beira do parnaíba, lá pra cima,
um vampiro, sozinho e bêbado, passeia por teresina
– triste nosferatu
nordestino
afeito
ao trópico –
seu grito faz eco no espaço aberto do viaduto do chá
sabemos que chove
e em são paulo
ninguém te dá
boas-vindas
mas a revolução
se chama nordeste
e é feroz
e infinita –
no coração machucado da anarquia,
pra além do comércio das almas
dos corpos
das armas
das drogas,
um galo canta
e tece e incendeia o dia,
e nas calçadas – agora –
(à beira das ruas
– triste nosferatu
nordestino
afeito
ao trópico –
seu grito faz eco no espaço aberto do viaduto do chá
sabemos que chove
e em são paulo
ninguém te dá
boas-vindas
mas a revolução
se chama nordeste
e é feroz
e infinita –
no coração machucado da anarquia,
pra além do comércio das almas
dos corpos
das armas
das drogas,
um galo canta
e tece e incendeia o dia,
e nas calçadas – agora –
(à beira das ruas
dos bares
e das revoltas),
dentro de nós
há de ser
o lado
de fora
e das revoltas),
dentro de nós
há de ser
o lado
de fora
Rodrigo Lobo Damasceno, em
Casa do Norte
Casa do Norte
Corsário-Satã, 2020
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