CABEÇA DE CUIA, Herculano Moraes
lenda piauiense.
À Profª Clóris Oliveira.
Que sina maldita
cabeça de cuia
boiando no rio cojuba emergida
sete marias não chegam jamais,
Cabeça de Cuia,
e boias insano brincando com os peixes
os olhos nas margens do rio comparsa
Crispim foi a água
na fonte da pia.
e as mãos levantadas romperam a fronte
e o leite materno era rubro e tingia
de negro, teu negro horizonte,
Cabeça de Cuia.
Que sangue assassino
manchou tuas mãos.
remeiro que passa varejando meu rio
não toques cojuba que boia ao teu lado
é o filho maldito, é Crispim condenado,
Cabeça de Cuia.
Meninas tão puras com nome de santa
não chegues tão perto da cuia boiando
É Crispim que espera, é o filho maldito
é Cabeça de Cuia esperando... esperando...
Que sina maldita
cabeça de cuia
Herculano Moraes
em SECA, ENCHENTE, SOLIDÃO
Porto Alegre: Editora EMMA, 1977
À Profª Clóris Oliveira.
Que sina maldita
cabeça de cuia
boiando no rio cojuba emergida
sete marias não chegam jamais,
Cabeça de Cuia,
e boias insano brincando com os peixes
os olhos nas margens do rio comparsa
Crispim foi a água
na fonte da pia.
e as mãos levantadas romperam a fronte
e o leite materno era rubro e tingia
de negro, teu negro horizonte,
Cabeça de Cuia.
Que sangue assassino
manchou tuas mãos.
remeiro que passa varejando meu rio
não toques cojuba que boia ao teu lado
é o filho maldito, é Crispim condenado,
Cabeça de Cuia.
Meninas tão puras com nome de santa
não chegues tão perto da cuia boiando
É Crispim que espera, é o filho maldito
é Cabeça de Cuia esperando... esperando...
Que sina maldita
cabeça de cuia
Herculano Moraes
em SECA, ENCHENTE, SOLIDÃO
Porto Alegre: Editora EMMA, 1977