"A CHAPADA DO CORISCO E SEUS ACLIVES", por Jamerson Lemos
I
Teres Ina - Teresina florave
aveflor momento e movimento
enigma dos frutos e da terra
- finito instante infinito
Vens de longe moiçola grave
a começar de um tempo antigo
(Portugal nobreza brazões)
mas não tenhas sangue azul
II
Vê agora quando o sono
quando à tarde quando à noite
quando à madrugada à manhã
se eleva às ervas sangue de antanho
Vede o campo verde e sua porta
ah! quanto de luz há em ti
como tens e cresces só em sol
e brilhas no sal do teu banho
Assim, descalça e menina,
percorrer teu ventre e o colo
é-me a hóstia teu mistério
e meu sonho teu ar estranho
III
Teresina, dorme sutil menina.
Frágil/forte moiçola dorme.
Veste de vento teus ares,
esfria-te-me nesta noite enorme.
Estica-te-me os pelos soturnos
pomares e luzes disformes.
Teresina solene de amores,
imensa tranquila e sombria.
Evocas menina/moiçola
retretas bailes romarias,
jardins e bosques e flores.
Teresina - solene colores.
Jamerson Lemos
em SÁBADO ÁRIDO
Teresina: 1985