12.1.16

A CIDADE PERDIDA, Álvaro Pacheco




Sobrevivem alguns terraços
mas não as madrugadas
e nem as melodias dos boleros.

Conversam os fantasmas
com medo de lembrarem
os instrumentos do edifício
da vida que veio depois.

Os pórticos
à luz do dia e os terraços
ao entardecer informam:

mudaram-se



Álvaro Pacheco
Teresina, agosto de 1986
em O SONHO DOS CAVALOS SELVAGENS (1967)