TERESINA




Outrora, em tempos que já vão longe. Teresina era uma cidade
ingênua e singela, onde só se respiravam eflúvios de amor, e a vida
corria na simplicidade mais bela!
Tempos que passam!
O cargueiro d'água, o tipo imorredouro do cargueiro d'água...

...

Os marujos, os congas, o boi.
No dia 1º de janeiro havia um alvoroço em todas as almas porque os
marujos tinham de desembarcar vindos do outro lado, na efetivação
completa de um folguedo tradicional e sabido.

...

E o boi... e o boi estardalhaçante, pirotécnico e ultra bizarro com a
atitude afamadíssima do Mané Folguista...
As novenas... Oh! e as novenas famosas e realmente sensacionais,
firot-máximo do interesse da terra, tradição gritante de uma época...

...os cajueiros, os célebres cajueiros mal-assombrados onde a
ingenuidade aldeã dizia passarem a noite abantesmas e lobisomens...
Tempos que passam... Eras que vão!...
Saudade que evoca!...



Olho de Lynce
Pseudônimo
1912
em Cadernos de Teresina
Ano XIV, nº 34, novembro de 2002

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