são os peixes das casas mortas, sem curvas
e sem virgindade
eles não têm receitas paras os comprimidos,
eles não têm doutores que curem nuvens.
eu disse a truffaut o que queria
e ele olhou como se tudo que pedi
fosse pouco para um dia.
não morro de nada
converso com os invisíveis e eles me agradam
são ternos e isósceles
escapam e pedem misérias
ficam na beirada e vazam
ouvem as parees e dizem:
tenho um quarto sem nada.
e digo:
tenho desenhos no tornozelo.
passamos os muros e as extensões
existe o que se espalha na rua
as pessoas recebem os passes e os acordes
se assustam com a poesia em caixas de remédio.
Demetrios Galvão
em Insólito
Fortaleza: Editora Corsário, 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar!